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Do Cogito Fnord - Demian Fnord

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Post by wodouvhaox Tue Jan 19, 2016 2:47 pm

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O Louco sai da caverna
Carregando seus velhos trapos
Abandona a carência materna
e aceita sofrer maus tratos

O cão, desesperado
rasga sua roupa sem receio
o louco, despreocupado
continua, sem preconceito

Do abismo ele pula,
e diz: Nasci
No abismo ele flutua,
e diz: morri.

O louco circula o mundo
Com sua risada solta
e seu tesouro mais profundo
são os dentes dentro da boca

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O Bode de Mendes

O Sangue saturnal escorre
Toma cuidado filho,
com o chifre do grande bode!
Sabia que ele possui o teu espírito?

Dissolva, deixe queimar tudo
Deixe diluir as formas
Se afaste do zero absoluto
Até as infernais chamas.

Coagule, cristalize o inferno
Analise bem os moldes
Embeleze o seu ego
Da maneira que te conforma

Saibas que a infernal chama
que brilha na minha testa
É aquela da fogueira que inflama
Em todas as sabáticas festas!

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Pôs corda no relógio e o jogou,
já não se sabe, se ainda é tempo,
ou se o ponteiro parou.

Babuínos flutuam em mesas de sinuca,
entre os pequenos rastros de cocaína e açúcar
ordenhando fogo de suas cobras ensandecidas

canetas ensandecidas
flores estupradas por abelhas
então surge uma grande dúvida,
gastar tinta ou não gastar tinta?

ou se direcionar esse gasto,
como fazer? além de escrever?
isso ainda faz parte da poesia?
minha mente já se perdeu nos paradoxos temporais
enquanto meu corpo inerte
atesta sensações ancestrais

fim
fim?
????

Criado pelos irmãos do Cogito Fnord: Timóteo Pinto, Victor De Vasconcellos, Demian Fnord e Demi Buddhadev

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A VERDADE SOBRE POESIA

Mais doce que cafeína
Esse beijo de glicerina
Misturado com cocaína

Síndromes paliativas
Disformes e destrutivas
Que se movem em sincronia

Santos que pecam
em esquinas de prostitutas
Eu sei que não rimou, filha da puta

Vamos desconstruir isso aqui?
Você sabe que no fundo
Não tem nada de profundo
no poeta que você gosta

Somos todos uma bosta.

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Churrasco de churréia

Gramofones anais
Para glândulas pineais
Cus e seios colossais
Entre fetos pansexuais

Putas quebram coronárias
Numa nova saturnália
papai noel toca punheta
pra uma velha proxeneta

Canais dentais podres
numa valsa de odores
puns celestiais
na cara de ricos senhores

A maçã dourada
é servida entre porra
a calda prateada
causa água na boca

Escadas floreadas de cetim
num sobe e desce sem fim
enquanto bêbadas de gim
brincam com consolos de marfim

Os Erisianos monges
Se masturbam aos montes
carregando sigilos
para a morte do Deus bíblico!

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Nova Ordem Mundial

Sapos borbulham canções
e fumam charutos de chocolate
No fundo de um caixão
eles planejam o seu grande ataque

Labirintos helicoidais
Cheios de baratas mortas
Quem entra não sai mais
e encontra as criaturas tortas

O rodopio do último sol
Ao redor do ser distante
Os homens se enforcam no farol
tudo se silencia por um instante

Silêncio...
O mundo parou?
A humanidade se matou?
Silêncio...

Onde está todo o sistema?
Onde está todo o ódio?
Onde está o seu problema?
Tudo era psicológico?

Os animais, antes mortos
levantavam e riam
Todos eles, muito espertos
Apenas fingiram

O mundo não acabou,
mas o seu mal foi embora
Da humanidade ficou
sua maldita história

Que afinal, não será lida
Finalmente será esquecida...

Onde estão todas as religiões?
Onde estão todos os sincretismos?
Comunismo, anarquismo
Onde foi parar o capitalismo?

Os humanos foram embora
Seus estômagos pararam
Agora esperamos
sumir toda merda que defecaram

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Entropia

Sinto mais caos dentro de mim do que fora
tudo parece ter tanta ordem
carros, pessoas, tudo pelo mundo afora
e nisso me distraio e não vejo a desordem

O relógio que acaba a bateria
o carro que desacelera por um momento
o segundo que se acaba uma vida
as folhas girando contra o vento

Toda a falta de sincronia
das pessoas caminhando sem pensar
de todas as casas vazias
e as ondas, que dançam no mar

No calculo exato, que esconde uma vírgula
nos pequenos fatos que você não vê
no doutor que erra em uma cirurgia
nas falsas verdades que você crê

O Caos está em toda parte
na vela onde dança a chama
desde o exército até a arte
Oh ordem, tola ilusão humana!

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